à Manu Rodrigues
Tenho um lado verde
Não quis ser raiz, não forjei tronco
Optei por permanecer na seiva
E isso me tingiu de amarelo
Minha maturidade é pequena
Não viu ainda sete anos de vida
Tem birra de tudo, conspirando, com raiva
Calo-me, emudeço, numa trama envolvida
Ódio sinto pela minha terapeuta
Ela me confronta com o que escondo
Sentimentos profundos, enterrados
Não desenterrados dos escombros
Torno-me verde e amarelo sob o sol
Retido no vaso, aprisionado
Ela acredita que posso arrancar raízes
Deixar meu cantinho, encontrar meu rumo.
Ver lume do amor meu
Sentir o ar novo em meu peito
Sair da prisão que me foi feito
E ser simplesmente eu.
Dir Valdir Lopes
28/01/2024