Voz Silenciosa
Em meu vazio, a solidão se instala.
O tempo pesa em minh'alma ferida.
Calo-me, sem opção, voz perdida:
Um eco surdo que o vazio embala.
Quem há de ouvir o som que fala,
Se a presença é ausência repetida?
Nas horas mudas, vejo a alma retorcida
E, à noite, o meu peito triste se cala.
Minha garganta guarda a voz em riste,
Que clama em vão por quem possa escutar,
Mas é a solidão muda que persiste.
No fundo, com esperança, ouso acreditar
Que a dor é só passagem: a vida insiste.
Há de, um dia, ensinar-me a amar.
Valdir Lopes