CAVERNA
Porque escrever é ato de libertação
Textos

à Beth Isabel Moreira

Eu aceito todo caminho que me fiz dor

Eu aceito todo destino que me fiz erro

Eu aceito toda escolha que me fiz vivo

Eu aceito toda luz que não se apagou

E a escuridão, meu antigo cobertor

Eu aceito todo silêncio que me fiz covarde

Eu aceito os olhares desviados

A ignorância premeditada

Eu aceito toda lágrima que me fez dormir tarde

A declaração de amor adiada

Eu aceito todo medo que me fez ficar

Eu aceito todo o receio de amar

E deixar-me, escondido, esquecido, perdido de mim

Eu aceito sim

Eu aceito essa pele que não é minha

Queimando de responsabilidades

Essa boca emprestada

Que tem medo de dizer verdades

Esses olhos pequenos

Nipo-afro-mundial

Desnudo-me de toda história mal contada

Essa cor mal desejada.

Esse ser imortal que é minha alma.

 

Mãe, eu aceito a sua calma

Que me ensinou

Ser quem realmente sou

 

valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 06/12/2023
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