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Conexões Desplugadas: Em Busca do Abraço Perdido

 

Estamos no futuro, vivendo ao lado de pessoas digitalizadas, conexões criptografadas, beijos e sexo virtuais. Em nossos dias, a tecnologia é onipresente. A conexão humana tornou-se caso de ficção científica. Num mundo de smartphones e redes sociais, estamos perdidos num oceano de emojis e likes. Conversas se resumem a mensagens digitadas com os polegares, enquanto emojis choram de rir e corações vermelhos voam pelo espaço cibernético.

 

Será que estamos realmente conectados? Ou apenas presos a realidade virtual onde nossos relacionamentos são reduzidos a notificações e atualizações de status? Lembro-me dos tempos mais simples, quando as pessoas se encontravam cara a cara, olhando nos olhos umas das outras, declarando sentimento escondido ou lavando roupas-sujas em praça pública. Sentados na calçada e ouvindo a mãe brigar com o coleguinha porque voltou tarde para casa. Ah, que saudades dos abraços apertados e das risadas espontâneas, sem emojis explicativos. Quando não era possível confundir tanto o significado da mensagem que você quereria transmitir.

 

Não quero parecer um velho conservador, que rejeita a tecnologia. Ela trouxe inúmeros benefícios. Graças à internet, podemos nos conectar com pessoas de diferentes partes do mundo, aprender novas culturas e até mesmo aprender a pintar paredes sem tirar os móveis do lugar. Mas será que estamos deixando que essa conexão virtual substitua os encontros reais?

Há possibilidade, nesse nosso novo mundo, de levantar olhares das telas brilhantes e explorar a realidade ao nosso redor? Sem filtro que possa replicar o calor de um abraço sincero ou o som das risadas compartilhadas em uma mesa de amigos? As conversas reais têm um sabor especial, com piadas que não precisam de emojis explicativos.

 

Que tal deixar os likes e seguidores de lado por um momento? Pegue o telefone, ligue para alguém que você ama e convide-o para um café. Quando estiverem juntos, deixem os celulares de lado e mergulhem nas conversas reais, olhos nos olhos, coração a coração. Esqueçam as atualizações de status por um instante e se atualizem sobre a vida um do outro.

 

A tecnologia é maravilhosa, mas a verdadeira conexão humana é insubstituível. Abracemos a modernidade, mas sem perder de vista a realidade: o toque, a risada, o olhar. O que é palpável. O verdadeiro, o sentido, o cheiro. No final do dia, somos seres humanos reais em busca de conexões reais. Não precisamos nos limitar a emojis e curtidas para expressar nosso afeto.

 

Que tal combinar um encontro com aqueles amigos que você não vê há tempos? Ou então, desligue o celular durante o jantar em família e aproveite o tempo juntos. Desafie-se a ter conversas profundas, explorar diferentes pontos de vista e descobrir mais sobre aqueles que você ama.

 

A tecnologia não precisa ser uma porta translúcida e fechada entre nós. Podemos usá-la para nos aproximar, para facilitar encontros e compartilhar momentos especiais. Mas lembrem-se de olhar além das telas brilhantes e aproveitar cada oportunidade para se conectar verdadeiramente com as pessoas ao seu redor.

 

Na próxima vez que se pegar afundado no mundo digital, não se apegue, lembre-se de olhar para cima e enxergar o mundo real. Rodeie-se de risadas reais, abraços apertados e conversas profundas. Afinal, não é nos likes e emojis que encontramos o verdadeiro significado da conexão humana, mas sim nas experiências compartilhadas e na presença genuína uns dos outros.

 

Valdir dos Santos Lopes

 

valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 19/06/2023
Alterado em 19/06/2023
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