CAVERNA
Porque escrever é ato de libertação
Textos

DESISTO
Não sei se choro ou rio
Quando o rio deságua toda mágoa em meu pesar
Não sei se fico ou se saio
Se deixo as coisas estar como estar
Não sei se rasgo as roupas se ando nu
Não sei se fico na mesma ou se experimento peixe cru
Se mudo de casa troco de carro aguento os trabalhos
Se viajo se compro tecido caro aproveito retalhos
Se ligo para os amigos que fizeram questão de me esquecer
Se olho no espelho, - eu vejo você - se passo batom.
Se me vejo pela metade se modero o tom do meus discurso
Se revejo o curso do caminhar da faculdade dos objetivos
Dos inimigos do perdão da vida da direção
dos momentos da ferida do carinho ou agressão
Se escolho a lida ou o descanso eterno da escuridão
Se peço um pouco mais de água um tanto de refresco
Se olho a pintura da terra com pesar ou com sublime apreço
Não sei se a peço em casamento, em namoro ou se quero viajar...
Não sei se levanto da cama, se trabalho ou volto a deitar
Se troco de roupa, queimo os livros, danço o samba da crioula esperta, peço demissão
Não sei se estudo, se olho as figuras, se assisto a filmes
Não sei a resposta, não sei dos pedidos, não sei do caminho, não sei o que faço
Da vida que não é certa, não sei ainda dar o primeiro passo, não sei do troco
Das portas que não me abrem, seu moço,
Desisto de saber o que há lá dentro
Que outros já sabem
valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 02/03/2019
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