VALORIZE O FRUTO DO SEU TRABALHO
Hoje li dois capítulos bíblicos do evangelho de Mateus. Particularmente gosto muito desse evangelista. Não sei se porque foi um dos primeiros livros que li e aprendi na bíblia ou porque me acostumei mais com seu estilo do que com o estilo de outros livros desse tomo sagrado.
Pois, continuando, atentei-me a refletir sobre o capítulo 6 e 7 de Mateus. Neles se encontram orientações específicas de comportamento humano, que, acredito eu, são princípios transmitidos a mim, desde a infância, conselhos semelhantes que aprendi em casa e na catequese. No entanto, um versículo ficou na cabeça por horas até eu chegar a uma leitura que, até então, nunca havia feito. O versículo em questão é o número 6, do capítulo 7. Nele, se lê:
“Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.”
Pois bem, refleti que esse versículo poderia estar mencionando um conselho sobre tudo aquilo que conseguimos produzir na Terra. Vejo que o trabalho dignifica a humanidade, mas nunca damos valor real aos frutos dele. Numa sociedade hoje cada vez mais consumista e descartável, às vezes fazemos dos nossos frutos do trabalho como adverte o versículo seis: Jogamos aos cães e deitamos aos porcos.
Particularmente, refletindo sobre minha vida, esses 34 anos de caminhada, percebo que tem me escapado essa verdade. Que tenho deitado aos porcos, ou a tudo aquilo que não valoriza meu trabalho, os frutos advindos dos meus esforços. Que tenho menosprezado os frutos santos das atividades que me dignifica. E pior, gasto meu tempo, outra dádiva santa que muitas vezes não valorizamos, com coisas que não nos engrandecem.
É perfeitamente claro que um versículo bíblico pode ser interpretado de muitas formas, dependendo da pessoa que lê ou do tempo em que se encontra com o texto. Por outro lado, há a crítica de que não se deve falar de um versículo apartado de seu contexto textual ou histórico.
No entanto, não há maior verdade quando aquela reflexão gerada no encontro pessoal do leitor com o texto lido se encaixa perfeitamente na sua reflexão de vida e no seu encontro consigo mesmo. E acho que isso é importante. É isso.
24 de setembro de 2015
Valdir Lopes