CAVERNA
Porque escrever é ato de libertação
Textos

ÚMIDOS HUMOS

Não vejo chuva há tempo
Puxa... que sequidão...
O que sai do meu peito
Do meu coração
Pó... pó de harém
Se antes tinha abundância
Hoje não vejo ninguém...

Puxa... não chove há tempo
Não vejo água
Nem lágrimas saem
Vejo pessoas passarem por mim
Rostos que não conheço
Rostos que me encaram
Mas não permaneço

Puxa... não há uma gota d'água só
Secou minhas reservas
Meus poços de lágrimas
Viraram pó

Eu estou na tendência dos bravos
Sertanejos do meu tempo de guri
Forte, escasso
Tentando sobreviver, preocupando com o que sobrevivi
Seco, como uma poça de lama
De quem ama
mas de quem não acredita em milagre
Bravo que reza, e diz pra si...
"É Deus quem sabe."

O céu de ontem estava vermelho...
Não é chuva... é vento...
Não vem água...
É miragem do tempo...

Valdir Lopes
18/08/2014

valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 18/08/2014
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