CAVERNA
Porque escrever é ato de libertação
Textos
VOU PRA CAMA

Ele olhou para o relógio da parede, que tinha um barulho horrível num silêncio mudo de seu quarto. Olhou para o telefone e pensou em pegar. Mas tinha a certeza que não queria ligar. Diria o quê para ela? Saudade, preguiça, sexo? O que mais? Ela deve estar em paz. Com os amigos no bar bebendo e ele pelado na cama... Procurou na agenda do celular o número dela. Mas com certeza o número já não era o mesmo. Olhou o gato olhando ele. Apagou o cigarro que queimava a ponta dos seus dedos numa latinha de cerveja que não conseguiu terminar. O quarto escuro, o ventilador para o calor, o computador na sala ligado no facebook, a porta aberta, a luz da varanda acesa, o carro abandonado na rua, a avenida deserta, o silêncio na estrada, a Lua calada, a noite de estrela. Em Marte, ela vive bebendo e dançando sem se preocupar com a saudade dele.
valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 31/01/2014
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