Textos
Olá. Antes de você começar a se manifestar e blá, blá, blá. Quero perguntar sinceramente se algum dia seu aluno já saiu de sua sala chateado e humilhado por você. Então vem todas aquelas evasivas que nós adultos sabemos fazer como ninguém e blá, blá, blá. Mas se fizermos um esforço, lá no recanto de nossa memória perdida, num lugar onde chamamos coisas para não se lembrar, talvez encontremos um fato aqui ou outro ali. Infelizmente não é difícil constatar que a humilhação entre seres ditos intelectuais acima dos não dotados é frequente. Acontece em toda escola, com a maioria dos professores, em todo recôndito da Terra.
Vamos ao fato ou a um exemplo (fictício para o artigo, mas seu teor aconteceu e sempre irá acontecer enquanto continuarmos sendo assim).
A professora de biologia comenta com os alunos o poder fotossintético das plantas. Que esses seres precisam da luz para realizar esse fenômeno invisível. Então à noite, deixa de fazer a fotossíntese e apenas respira. Ela frisa que a planta respira o tempo todo. De manhã ou a tarde, quando muda até seu último suspiro. Pois então levanta a mão o incauto, sedento de participação. A professora lhe cede a vez e então o aluno pergunta.
- Professora, já ouvi dizer que num ambiente fechado com muita planta, à noite, você pode morrer, pois ela suga todo seu ar ali dentro. É verdade?
Antes de a professora responder, um grande alarido. Risos descontrolados dos colegas debochando do questionador. Não satisfeita, a professora, além de responder com ironia, menospreza tal questão. (Demonstrando que esse conhecimento prévio é tão popular e mesquinho que não merece toda a atenção que tem).
Pois o aluno, fingindo atenção, tenta ouvir da boca de sua professora os termos corretos. Mas o que ele somente ouve são as risadas e galhofas dos vizinhos e o temperamento de enfado da professora. Se não bastasse isso, a pilhéria continua após a aula, após o período escolar, na rua, no bairro de volta para casa, apelido no facebook, pintado no muro: “Ele dorme com a samambaia.”.
Pode parecer engraçado na literatura, mas quem passa por esse constrangimento nem sempre acha graça.
Como professor é importante estarmos atentos para esses casos. Por isso defendo que todos os Educadores devem estar atentos a respeito da afetividade em sala de aula. Ainda mais com alunos pequenos como temos nos primeiros anos do ensino fundamental.
Por outro lado, um professor que desconsidera o conhecimento prévio do aluno - porque é muito popular, ingênuo ou folclórico - não pode assumir o papel de Educador. Tenho dito.
É isso.
valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 02/11/2012
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