CAVERNA
Porque escrever é ato de libertação
Textos
PRELÚDIO DO SOL POENTE OU ENSAIO SOBRE A REALIDADE PARALELA DEPOIS DO FARDO
Obrigado meu querido e amado Deus pelo grande presente que hoje me deu Quando eu vi, como criança, em direção corri para abraçar ternamente Tal qual a querida mãe que aninha seus filhotinhos Como uma criança com seu novo brinquedo carreguei-o o dia inteiro e à hora do sono, teimoso, não dorme de tanta felicidade Mesmo com a luz da sonolência gritando aos meus sentimentos, lambendo meus pensamentos, turvando meu olfato e adocicando minhas miragens.

O que foi essa energia que me carregou esse dia durante?

Esses cânticos divinais, deleite dos meus pensamentos, o que são?

Que rosas ruge tão adocicada correntes aonde eu vou com os grilhões?

Qual virgem essas mãos pertencem que suave em meu roto rosto roça?

E que jardineiro, primadonna, inspirou para compor todas essas notas que meus ressequidos olhos olham?

E lá no fundo, bem fraco, distante como uma lembrança

Fui eu dentro de ti, felicidade Quem tu tiraste da horrível escuridão É minha voz cosendo louvores a Deus pelo anjo que enviaste para me reivindicar É meu odor, em copo-de-leite, levemente flutuante na ânsia do teu trabalho polinizador É a brisa do meu amor que te cerca e aquece teu corpo cansado, Jasão alquebrado argonauta em expiação Por fim, o que deleitas, visão do paraíso, seu verdadeiro lar, espírito, há muito do corpo separado. Desse grosseiro meio de alcançar evolução.

Espanto-me, o que foi do meu corpo

E o aroma mais distante ainda No fundo ao lado de muitos infantes correndo em minha volta, rindo na pureza ingenuidade, fazendo meu desmaio providência, tirando o fardo desnecessário da grande viajem. Oh Paulo. Hoje também combati um grande combate. E lá no fundo reconheço a voz da mãezinha:

- Descanse, boa noite.

Dir
09/06/2012
valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 09/06/2012
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