Batalha interna
A minha necessidade de escrever tem aumentado gradativamente de acordo com o mesmo aumento da minha dor.
É que meus pensamentos em excesso vêm não mais suportando os espaços reservados a eles na minha cabeça. Um agravante é que nessa estação da dor, com o aumento dos sentimentos, precisei reservar maiores espaços, diminuindo o reservado para a reflexão.
E eterna disputa entre razão e emoção tem ganhado maior proporção dentro de mim. Se ao menos eu soubesse ser partidário de um, poderia com a minha torcida forçar a disputa desse para a derrota do outro.
Mas eu entre os dois não escolho, não tenho direito a uma cadeira num lado do estádio. Me fizeram arbitro. Devo julgá-los com imparcialidade, observar a regra da disputa e prezar pelos direitos dos dois a resistir.
Melhor seria se essa pendenga fosse fora de mim e não dentro. Que não usassem a minha pressão sanguínea, a força dos meus músculos, as sinapses do meu encéfalo, o suor do meu rosto e as lágrimas minhas tanto tempo preservadas e agora há muito vertidas.
Creio que nunca senti tanta dor como agora e posso ousar a dizer que as futuras não serão tão ardentes como essa.
E sendo eu, palco e juiz dessa disputa devo apresentar-me parado e em movimento. Sendo que para deixá-los agir devo evitar qualquer reação e para não permitir meu aniquilamento devo sempre buscar conciliação.
Valdir dos Santos Lopes
22/10/2011
valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 23/10/2011
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