CAVERNA
Porque escrever é ato de libertação
Textos
DA OUTRA DIMENSÃO
Ao meu querido pai Valter Luiz da Silva Lopes (in memoriam)
Saudades.

Tão longe e ao mesmo tempo tão perto
Silencioso era o grito de seu interior
Agitado excesso de paz que carregava
Uma multidão em sua própria solitude,
Solicitando de ninguém qualquer explicação.
Ele disse que está em paz
Seu calor era tão frio, um abraço aconchegante e perturbador,
Ele olhou profundamente para si, viu que seus olhos
Tinham um furo virado para o mundo
Não olhava os seres - a existência perdida e vagarosa
Mas as fumaças, as nuvens, Órion - a nebulosa
Dos anéis de Saturno, as canções.
Riu por um instante um riso tão triste e sentido
Saindo lágrimas de contentamento, de fim, de pensamento
Que surgiram no espaço como objetos formados por nuvens negras
E foi se despedaçando , virando pequenos flocos de neve escura
Derramando-se no gramado abaixo do banco branco
Formando um pequeno monte de nada
Até uma luz tão forte e um grande trovão me fazer sair correndo da praça
Com medo da chuva.
Eu nunca mais o vi
E olho as estrelas pensando se
Ele pensa em mim...se pensaria...
(e as borboletas amarelas teimam em beijar a minha fronte como o senhor fazia)
Dir Valdir Lopes
valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 29/03/2019
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