CAVERNA
Porque escrever é ato de libertação
Textos
EU AINDA A VEJO

Eu ainda vejo um amor lindo entre mim e você. Impossível lástima. Destino cruel a quem não tem alternativa a esperar por algo que decerto não virá. Vivo a sonhar por você, enquanto no mundo prático se afasta cada vez mais de mim. Se a amo não sei por que, masoquista, pois sofro, não sei como. Mas queria que a realidade não fosse tão divergente. Não posso dominar seus sentimentos, mas como queria. Não, meu encantamento não tem força para subtraí-la dessas grades, dessa prisão sem muro, desse muro intangível. Amo-lhe e você vai ficando sem nome. Os dias vão passando, apagando seu riso e a luz dos seus olhos que me encantaram, morrendo. Não estou desistindo, posto que minha carne ainda queima, mas não venço essa batalha perdida. Não há mais força além da vontade de continuar tentando. Mas por que correr Lu, se minhas vozes já não são mais ouvidas? Minha aproximação não é mais sentida? Porque estou desaparecendo de sua vida. Ou já desapareci. Esse amor que sustento sozinho, eu não vou aguentar manter mais. Eu não quero continuar aceso, não quero manter esse fogo queimando. E sou escravo da minha própria não-vontade.

E minhas lágrimas ainda caem por quem ignora. Minhas lágrimas ainda ardem e me consomem. Me destroem por dentro, como as pragas da madeira. Apesar de brilhante, corrompido. Envelheço e outrora o amor que defendo, se esvai. Saudades, dor, fracasso. Nunca terei paz. Nunca mais.
valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 24/12/2012
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