CAVERNA
Porque escrever é ato de libertação
Textos
Destino
Depois da vida, havia um lugar que eu nunca fora. Chegando lá, era um misto de fumo e luz. Pois me confundiu enormemente. Minha cabeça zunia. Pareciam cantos... Misturados com granidos... Não. Parecia grito de dor. Quando apertei os olhos para poder melhor ver, fui compreendendo que já chegara a meu destino. Meio sem jeito, fui entrando, fui ajeitando. Sentei numa pedra vermelha, ardente.
Lá fiquei por alguns segundos, quando um senhor, bem velho de capa preta me puxou pela roupa. Ele era bem mais baixo do que eu. Batia nos meus joelhos e tinha um rosto horrível de vela derretida. Vem cá penado. Me disse.. Me obrigou a andar por caminhos escuros e durante o percurso aquela zoeira aumentava cada vez mais. Meus ouvidos começaram a sangrar. Depois foi meu nariz, quando o fumo entrou dentro de mim, e foi tirando meus órgãos, minhas veias, minha pele. E fui me desfazendo enquanto caminhava... O anão sorriu... Disse que me amava... Que entendia a minha criação... Quando voltei à pedra vermelha já não tinha as minhas roupas, a minha carne nem o meu sentido. Sentei novamente. Ele então me olhou, sorriu... Beijou aquilo que me pareciam pés e disse. Bem vindo meu filho.
valdirfilosofia
Enviado por valdirfilosofia em 28/09/2011
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